domingo, maio 28, 2006

Patagónia Alucinada




Patagónia Sóbria



Encontros Patagónicos

Eu

quinta-feira, maio 25, 2006

Gente Boa


A Boca é Linda






quarta-feira, maio 24, 2006

Mãe Peruana, Filha Peruana e Genro que não gosta de mim


Candeeiro Meu

Eu


Gente Boa

Banheiro

Água de Coco



segunda-feira, maio 15, 2006

Molde Humano




domingo, maio 14, 2006

Bar Azul




Gente Boa



Paneleiras







O Bicho Fotografou

O último arfar do bicho vai ser sufocado em fotografias…
Vou revelando e vou publicando, somente fotos, algumas séries, sem títulos nem textos, embora cada uma tenha uma história própria… a minha visão delas só será ouvida quando elas estiverem presentes, ou seja em papel, para não as trair, que só em papel elas revelam o que querem dizer…

terça-feira, maio 09, 2006

As viagens são os viajantes!

E chegou ao fim. Inevitável. Não sinto tristeza, mas sim alegria de ter vivido o que vivi. Saudades, essas são imensas. Penso que trago comigo um bocadinho desses lugares especiais por onde passei (espero ter também deixado um pouco de mim…), que convido a percebê-lo em mim em pequenas coisinhas (pois continuo a ser eu), simples gestos, formas de olhar, palavras ditas.
Aquele abraço a toda a gente! E até à próxima viagem, pois sei que os meus pés não ficarão parados muito tempo (não posso estar em parte alguma), temos de caminhar, não sei bem para onde, talvez qualquer caminho leve a toda a parte.
Encontramo-nos nessa estrada!

Chega-me à memória quando almocei na companhia de Bernardo Soares no aeroporto de Congonhas:
Para viajar basta existir. Voo de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos, sempre iguais e sempre diferentes, como afinal, as paisagens são. A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.

Pantanal

Experiência única na minha vida, no que toca a envolver-me com a natureza. Ainda estou deslumbrado.
O Pantanal é uma região enorme, em área corresponde a duas vezes e meia Portugal. Tem duas portas de entrada: Cuiabá a norte e Campo Grande a sul. Escolhemos esta última. Fomos levados da civilização por cerca de 500 km para o interior do mato.
Aí o Bosco esperava-nos, ia ser o nosso guia nos dias seguintes. Era um pantaneiro típico, nascido e criado na região, estava na casa dos 40 anos, nunca usava sapatos mas jamais largava a sua catana e o afiador. Tinha sido vaqueiro de cavalo, laço e irrás até pouco tempo atrás.

O acampamento também era castiço: obviamente sem electricidade, o nosso chuveiro era o rio, a nossa cama redes. Achei-o encantador. Isto se me esquecer dos mosquitos que me comeram vivo. Clássico era a estrutura da comunidade: os homens tratavam dos cavalos e outras coisas (mas raramente os vi trabalhar) e havia a cozinheira e as duas filhas que tratavam da comida. Quando estava pronta na mesa tocavam o sino e lá íamos nós a correr.

O dia a dia era simples. Era impossível dormir depois das 5 com o barulho dos pássaros. Tal como era impossível dormir cedo com o barulho dos insectos. (vou afastar o pensamento dos gafanhotos gigantes que tirei da rede). Também aqui gravei sons incríveis. E mais uma vez descobri o melhor lugar do mundo para ver estrelas…

Depois era andar pelo mato dentro, descalços, procurando bicharada. Jacarés bem pertinho, tatus bem escondidinhos, capivaras (é o maior roedor do mundo, o que de outro ponto de vista pode ser encarado como um primo do rato maior que um cão), o gado sempre livre, aves que nem sei o nome, eram milhares e bonitas, mas lembro-me tão bem dos bicos dos tucanos e das araras-azuis que pareciam que saíram de um balde de tinta (você que é feito de azul, eu quero morar nesse azul),…


Os rios eram engraçados. Completamente escuros e com carácter, eram o ponto de encontro da malta toda: nós, plantas, jacarés, lontras e piranhas. Ainda enchemos a barriga com piranhas, era só pôr carne no anzol que os dentes vinham logo a bater. Atravessar rios a cavalo é emocionante, mas quando o teu cavalo tem água pelo pescoço e sabes lá o que poderá estar junto aos cascos, não é agradável olhar para cima e em vez de ver Deus ver urubus.
Aconteceu estar no meio do mato e de repente tudo mexe, folhas fazem muito barulho, arbustos tentam dizer coisas mas não entendo nada, o Bosco com a catana apontada grita todo o mundo em cima da árvore, subo desconfiado, adrenalina no topo dos ramos, e só mais tarde me é dito que alguém irritado por ter dez cabeças de gado mortas perseguia o jaguar que passou ao nosso lado!