quarta-feira, maio 03, 2006

São Paulo › 13 Abr

Não sei bem como ou porquê, estou em São Paulo.
Quanto ao como, a ocasião faz o ladrão: estamos na rodoviária para sair de Iguaçú e está tudo esgotado. Do nada surge um novo horário para SP que esgota e fica livre em cadência de 5 minutos. Acertando na fase certa, entramos. Tudo caladinho, só prestando atenção se deduziria um nervosinho nos passageiros. Passamos o controle policial sem sermos parados e surge uma explosão repentina de alegria, cumprimentos e danças comemorativas. Eram todos contrabandistas, vindos do Paraguai com coisas variadas... de máquinas fotográficas a computadores, a outras que não quis saber. Gente muito emotiva e conversadora, filósofos da vida, queriam era passar as 16 horas no paleio.. que de facto só era interrompido quando era necessário pagar ao motorista para evitar a polícia.

Bem, chegámos a SP e a nossa amiga Constança estava em Portugal. Depois de convencermos o porteiro a entregar-nos a chave, invadimos um apartamento bem minimalista num 23º andar em zona bem de SP. Subimos para ver a vista do terraço; sento-me ao sol do lado esquerdo da piscina, olho e em 360 graus só vejo prédios. A famosa selva de pedra existe. Acabado de chegar de Iguaçú, o choque não podia ser maior. Numa direcção observo os aviões que a irem e virem do aeroporto vizinho; noutra direcção vejo uma ave de rapina e estranho; rodo um pouco a cabeça para contemplar um helicóptero que aterra momentaneamente no prédio ao lado para pessoas de malas pretas entrarem; descubro que existem pessoas que passam dias sem colocar o pé no solo. Preciso de uma caipirinha.


São Paulo oferece basicamente museus e noite. E assim foi. Às 4 da matina com o vidro aberto, meio corpo de fora, Seu Jorge bem alto e sou guiado pela cidade buzinando aos museus que visitarei no dia seguinte...
Não tenho nada na cabeça a não ser o céu, não tenho nada por sapato a não ser o passo…!

Quanto ao porquê de estar em SP, a finalidade era alterar o voo de regresso. Não consegui. Fiquei puto. Vou meter-me num autocarro para o Pantanal. Até já.